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Roberto James

Administrador e Mestre em Psicologia, professor, palestrante, especialista em comportamento do consumidor, especialista em logística, colunista das principais revistas do mercado.

As perspectivas para 2023 no setor de postos de combustíveis

Mais um ano se inicia com muitas novidades acontecendo. Um dado chamou a atenção especial! Necessidade de se discutir e buscar nas lideranças habilidades com as mídias sociais e a centricidade do consumidor.

Desde 2019 que venho alertando o mercado de energia a se posicionar nas redes sociais, encontrar o consumidor e batalhar por sua atenção. Esse será um dos pontos mais importantes do ano de 2023. A chegada do 5G aumentou a possibilidade de conexão, embora pequena ainda a tendência é crescer gradativamente.

Veja que, independentemente de decisões políticas, as mudanças de comportamento seguem uma regra básica e imutável desde o fim da era Ford: a conveniência do consumidor. Em seu livro “A conveniência é o nome do negócio”, Arthur Igreja já alertava sobre os impactos da conveniência do consumidor e como isso afeta seu processo de escolha.

Em um mundo precista e voltado as "guerras de preços" como se blindar disso e melhorar margens? Não existe fórmula mágica, nem tão pouco uma receita de bolo simples. A questão é: quanto tempo uma empresa sobrevive focando apenas em preços? Vamos ver dois exemplos distintos, mas parecidos: Amazon e Americanas.

Amazon focou em preços baixos para ganhar mercado, mas direcionou seus esforços para a logística. Hoje é referência mundial nisso e depois de 15 anos começou a dar lucro.

A Americanas focou em crescimento de vendas popularizando o cashback, ganhou mercado, mas não de forma consistente e agora aparece com prejuízos duas vezes seu valor de mercado.

Onde estão os concorrentes que tem como foco o preço baixo e quanto tempo eles conseguem ficar no mercado? Como disse não se trata de vender caro o tempo todo e com margens astronômicas.

A questão é onde você está focando e mantendo os gastos de energia do seu negócio? Tem um plano de consistência? Acredita que essas ferramentas vão sustentar seu negócio por muitos anos?

Por isso que sempre falo em meus artigos, vídeos e palestras: foque no consumidor, na sua jornada, na sua conveniência. Adeque seus processos de forma a facilitar a vida deles e não a do seu gerente ou a sua. Se um dia a gasolina acabar e você tiver fluxo de clientes no seu posto, você sempre terá algo a vender e a oferecer.

Aqui no Brasil, não vimos o delivery de combustíveis pegar, apesar de liberado pela ANP. Nenhuma novidade, mas já havia dito isso em 2019 também. Por questões de cultura momentânea. Em 2016 começou nos EUA e hoje a principal receita de uma das maiores empresas de delivery de gasolina é com lavagem de carros.

Mais uma vez chegamos à questão do serviço: agregar serviço no produto te deixa protegido e livre de qualquer produto.

Tenha o cliente e oferte serviços juntos, assim você consegue agregar valor e ainda melhorar as margens. Aquelas empresas que brigam por preço no seu negócio, o que eles realmente precisam?

Que tal pensar, num futuro próximo, a oferecer delivery para empresas, para que elas controlem melhor seus gastos, com qualidade e segurança, abastecendo os carros delas, uma ou duas vezes por semana no próprio pátio da empresa? As possibilidades dão muitas.

O delivery por si só não é um serviço que possa garantir uma sobrevivência de um negócio, mas agrega o leque de opções que você tem para melhorar receita. Seja aberto as possibilidades e verifique a viabilidade. Hoje, algo que pode não ser viável, se tornará em breve. Ficar atento e acompanhar as mudanças de mercado faz bem para qualquer negócio.

O autoatendimento, mais conhecido como Self-Service teve seu ano em 2021. Não passou. Enquanto todos os setores passam por modernização, a revenda de combustíveis fica presa à um negócio do século passado. Essa conta vai chegar! Quanto mais inchado, menos competitividade.

Agora com um governo de esquerda no poder, fica mais distante a possibilidade, mas não custa ensaiar e se preparar para qualquer mudança no setor nesse sentido. Que em 2023 você possa olhar seu negócio como um ecossistema de business vivo e que, ao agregar conveniência ao seu cliente, você traga receita diversa e livre de guerra de preços.

Que 2023 venha com tudo!

RJ